William Bonner, uma das barragens de rejeitos da Globo

Querido amigo Cientista Social Sebastião Ceshin Casetelo, ES

O amigo me emociona pelo entusiasmo com que compartilha e divulga as minhas “cartas” em seu perfil no Facebook.

Ao trabalhar num banco estatal (BB), que precisa ser recuperado inteiramente como fomentador do desenvolvimento e de programas sociais no resgate da dignidade humana e da cidadania, o amigo dá vazão à sua consciência social que o conduziu ao curso “Social Science” e o aprofundou como analista perspicaz.

Contá-lo como meu leitor e como amigo é desafio que me motiva. Obrigado, meu irmão!

Nesta “carta” me proponho refletir sobre o jornalista William Bonemer Júnior, conhecido pelo nome artístico de William Bonner, apresentador e editor do Jornal Nacional da Rede Globo. Eu diria que ele é muito mais apresentador do que editor.

Neste blog, desde sua primeira plataforma, aponto a análise crítica na desconstrução de muitos bonecos assoprados pelo hálito contaminado das oligarquias desumanas e dominantes brasileiras. Muitos deles cruzam bom tempo no imaginário popular, outros derretem como castelo de areia.

O “Cartas e Reflexões Proféticas” alçou voo quando mirou a pontaria em direção ao traidor da justiça, dos negros e dos pobres, o ex-juiz Joaquim Barbosa. Com o título “Joaquim Barbosa é uma chaga social violenta e malcheirosa” denunciei as armações daquele fantoche de homem falso, fazedor de justiça espetáculo. Centenas de blogs e sites reproduziram o artigo e não deu outra: com muitos participando do debate o ídolo de pés de barro acabou desmascarado e fugindo do Supremo Tribunal Federal. Com isso restaram desnudas a justiça dos injustos e a mídia espetaculosa dos crimes ocultos.

Assim foi com muitos: como Aécio Neves e suas trapaças no governo de Minas Gerais, no Senado Federal, na chefia da máfia simbolizada pelo ninho tucano e seus associados, como candidato derrotado e chorão à presidência da República; com os ministros Carmen Lúcia e o jagunço Gilmar Mendes; com o intocável, funcionário público que serve à direita, Sérgio Moro, que intimida e ameaça de destruição o Brasil (ler aqui); com FHC desmascarado por sua ex amante Mirian Dutra (aqui), com o outro aliado da Globo e o triste evento da bolinha de papel, José Serra, o entreguista e tantos outros.

Agora é a vez de William Bonner, que no campo das comunicações faz também suas trapaças.

Este jornalista em si e por si não ultrapassaria a importância menor de tantos outros não fosse a aliança espúria que fez com a família Marinho, a mais rica, influente e golpista do Brasil.

Enganchado na Globo, Bonner participa de uma empresa que expulsa dos seus quadros os jornalistas mais inteligentes, cultos e críticos. Lembro apenas de alguns: Paulo Henrique Amorin, Franklin Martins, Paulo Nogueira, Leda Nagle, Luis Nassif. Estes e outros não compactuaram com a linha editorial e política de profundos vínculos com a história mais suja e perversa com a direita corrupta e com os fisiologistas interessados no poder para assaltar os cofres públicos, cheios do dinheiro suado da produção e dos trabalhadores.

William Bonner é o tipo do jornalista modelo profissional radicalmente restrito às ordens patronais. Nele não habita a inteligência movida à curiosidade sobre a possibilidade de haver vida fora da Globo; em seu cérebro não atua o questionamento que levante véus encobridores das “verdades” ditadas e impostas à sociedade brasileira pela família Marinho. Não, Bonner nem imagina questionar nada. Tudo o que os Marinho o mandam “editar” como “notícia” e linha do Jornal Nacional é sagrado e inatacável pela inteligência do tele pronter onde o apresentador lê todas as noites nas câmeras da poderosa e manipuladora TV Globo.

Bonner é frio e sua fisionomia comunica fidelidade canina ao que representa no Brasil e no mundo a família Marinho.

No JN e nas entrevistas de candidatos a presidentes da república Bonner mostra que se uma mosca cair nos seus olhos ou nariz nada sentirá se isso não for previsto pelos donos da empresa onde “trabalha”.

Os pensamentos (será que ele pensa?) e os sentimentos (será que ele sente?) não são os de Bonner, mas os ditados pelos Marinho.

Foi assim quando Roberto Marinho morreu e Bonner chorou. As lágrimas do apresentador “coincidentemente” eram para simbolizar emoção nacional pela morte do patriarca, que a família desejava fosse o de um santo padroeiro ou dono do Brasil.

William Bonner é o típico intelectual orgânico do bloco histórico dominante, como definiu Antonio Gramsci.

Sem vida própria, sua missão é a de representar diariamente a política dos Marinho. Sua atividade é organicamente vincada ao poder econômico, à classe cruelmente dominante, parasita do dinheiro público.

A família Marinho criou a Rede Globo com seu complexo de TVs, Rádios, Jornais, Revistas, Internets e uma infinidade de empresas de comunicação, treinamento, ensino etc para colaborar com o golpe político militar contra a soberania e a democracia brasileiras e com todos os rejeitos e volumes mortos do neoliberalismo aplicado pelos outros bonecos inflados, Collor e FHC.

Apesar de limitada e falsa autocrítica feita por participar da ditadura, a verdade é que a Globo ajudou os criminosos ditatoriais a mergulhar o Brasil num oceano de sangue, a destruir a democracia e, no neoliberalismo, usufruiu de todas as riquezas roubadas do povo brasileiro.

A empresa onde trabalha Bonner é parceira irrestrita dos piores movimentos que a direita fez e faz até aqui contra a justiça social, contra a liberdade de pensamento e contra a verdade. A tal não conhece democracia e despreza o povo, a quem vê apenas como rede de consumidores de seus lixos.

Bonner é empregado na empresa que premia amigos e colaboradores como Eduardo Cunha, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Sérgio Moro, FHC, claro, sempre no esforço de esconder os males praticados por seus patrões e executivos. Os ditadores sim, em cujos braços Roberto Marinho vivia dependurado.

A Globo que Bonner representa com as mentiras em forma de notícias vive e enriquece seus donos com o que há de mais precioso da riqueza brasileira, que jorra do BNDS e de impostos milionários sonegados à Receita Federal. Para o povo restam apenas os rejeitos que a Globo deixa escapar dos volumes mortos de suas mentiras, todas lidas por Bonner, que faz caretas de satisfação quando cresce a perseguição a lideranças do povo.

Não nego que uma vez ou outra assisto os rejeitos que são despejados do Jornal Nacional por William Bonner e sua colega Renata Vasconcelos. Preciso ver o que dizem e mostram ao povo brasileiro. Preciso saber o que mentem.

Quando vejo a cara de Bonner, apesar de enjoos, mal estar e raiva que sinto das campanhas mentirosas contra todo e qualquer bom senso, percebo o que o apresentador esconde. Lá, às sombras, a manusear a marionete de mechas brancas nos cabelos, escondem-se bandidos e criminosos, gigantescos no seu poderio e esforço para criar uma geração de cínicos, alienados, apáticos e omissos politicamente com o Brasil.

Não há como não fazer paralelo entre Bonner e Mirian Dutra, a amante de FHC.

FHC, em colaboração com a Globo, escondeu e exilou Mirian para que o príncipe da sociologia aparecesse e metesse as mãos no dinheiro público para abastecer os cofres dos Marinho.

Bonner aparece no JN cinicamente para esconder ao povo brasileiro as jogatinas atentatórias à decência e à verdade.

Duas perguntas insistem em não se calar: Bonner não tem consciência das falcatruas de seus patrões e chefes? Ou sabe de tudo e, mesmo assim, continua a prestação macabra de serviço sujo de mentir e fazer tabelinha com as falcatruas e com o aviltamento da verdade?

Em qualquer uma das hipóteses William Bonner desrespeita a ética ao dar a sua cara e a sua voz para serem usadas com o objetivo de ocultar as barbaridades da Globo.

Para o público brasileiro não interessa se Bonner acredita no que divulga. O que importa são as consequências disso para um povo inteiro, sem direitos a espaços para mostrar a verdade absoluta e imparcial do que ocorre no Brasil.

Bonner enoja pelo papel de subserviente que desempenha. Humilha os jornalistas corretos e éticos. Espezinha a verdade e a justiça.

Bonner se assemelha à obediência cega e sem inteligência própria dos muitos que como ele se espalham pelo Brasil para despejar rejeitos do mal nas almas e consciências sociais.

Conheço bispos, professores, policiais, militares, coordenadores de escolas e de faculdades iguais a Bonner.

São perigosos puxas saco, dedos duros, frios, interesseiros, oportunistas, desleais com seus pares e inertes aos sentimentos de bondade, de solidariedade e de ações coletivas.

Bonner, como um tenente coração de pedra e peça de hierarquia militar antissocial e antinacional, sem saber duvidar, inquietar-se e até angustiar-se com o que faz, seria capaz de projetar tiros e balas matando centenas de pessoas.

É o que faz todas as noites: atira contra milhões de brasileiros, sufocando e matando a verdade e, no lugar de seres humanos, produz midiotas, que agem impulsivamente sem reflexão e sem inteligência, intensos de ignorância e de ódio.

Esse é o Bonner na sua missão de ser barragem protetora dos Marinho e da calhorda dominante que atormenta o Brasil.

O que consola é que esse tipo de barragem, forçado pela água boa da justiça social, que se mistura aos rejeitos, um dia cai!

• Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
• Dom Orvandil, OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém