Diferenças que a mídia esgoto não percebe

Querido amigo Valdeci Borges, Goiânia, GO

Há amigos/as inesquecíveis que enriquecem nossas humildes biografias. És uma dessas admiráveis pessoas, meu caro jornalista e radialista das Rádios Comunitárias.

Como Coordenador Executivo da ABRAÇO (Associação Brasileira de Rádio Difusão Comunitária) compartilhas com teus textos, voz e energia a consciência cidadã.

Obrigado pelos acessos e compartilhamento deste blog. Conta comigo em tuas rádios quando precisares.

Ontem, emocionado, participei aqui em Goiânia das manifestações contra o golpe que a direita tenta contra nossa democracia.

Impressionei-me com a presença e disposição dos trabalhadores urbanos e dos campos, como de um número alto de jovens, mulheres, de negros e gays nas suas várias traduções.

O grito “não vai ter golpe” ecoou da Praça Universitária para o Estado e para o Brasil.

Juntando-se às gigantescas mobilizações nacionais me senti feliz ao lado do povo guerreiro, livre da alienação golpista que a mídia imunda joga sobre a sociedade brasileira.

Cheguei em casa a tempo de me enojar com o Jornal Nacional e com o Jornal da Record, que só muda o nome mas usou a mesma pauta porca do golpe.

Das caras deslavadas de Bonner e de Renata chamuscavam faíscas de ódio ensopado em mentiras e provocações.

Repórteres decepcionados transmitiam das praças e ruas as multidões que tomaram as capitais em todo Brasil.

A cor vermelha coloriu as ruas e os vídeos das TVs fascistas, sem que conseguissem encobrir o fato de que o povo não tolerará o golpe.

Porém, os apresentadores Renato e Bonner, falsos jornalistas, traidores de sua classe, carrapatos dos patrões Marinho, linhas auxiliares do imperialismo, nos envergonharam com o estabelecimento das diferenças entre as manifestações realmente populares de 18/03 com as promovidas pela burguesia fascista de 13/03.

Disseram que as multidões de 13/03 eram numericamente superiores às de 18/03, enquanto a Frente Brasil Popular e as centenas de segmentos dos movimentos sociais atraíram apenas milhares no dia 18. Não contaram que os fascistas fingem ser povo, que os patrões, que obrigaram seus trabalhadores num domingo a marchar com eles, afirmando que eles colocaram milhões nas ruas.

Nada disso! Mentira!

As diferenças não são essas que os mentirosos emporcalhantes da mídia e assassinos da verdade estabelecem.

Aliás, esse tipo de serviço que a mídia faz não pode enxergar as verdadeiras diferenças. Esses desqualificados não sabem ler e padecem de sub inteligência interpretativa.

As diferenças são as seguintes:

– os fascistas contam com a mídia fascista, que mente por eles e com eles 24 horas diariamente;
– nós, o povo brasileiro, não temos mídia e mesmo assim mobilizamos milhões de militantes e populares, que se convencem das mentiras da mídia e de sua obstinação golpista;
– a mídia mente, cria cinismo, alienados e párias sociais;
– nós lutamos diariamente nos sindicatos, nas escolas, nas igrejas, nos sem terra, sem teto, sem mídia, nos partidos comprometidos com o povo, nas famílias, mas com enormes esforços contra a maré de imbecilização vertida da mídia suja, que os golpistas despejam sobre a sociedade, mesmo assim entupimos ruas e praças neste dia 18;
– os “mobilizadores” de direita não têm liderança nem discurso. Ora são milhões de Cunhas, ora são o japonês corrupto da polícia federal, ora são Marcelo Reis (o louco e brutamontes online), Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro e outros medíocres seus iguais, ora os expulsam de suas mobilizações;
– nós sempre temos as mesmas lideranças, neste dia 18/03 mais certas de que a unidade salvará a democracia. Não variamos porque sabemos que nossas lideranças são paridas e produtos de anos de luta para construirmos uma sociedade justa sem falsa democracia;
– a direita e seus filhos galinhas verdes não têm discurso nem projeto para o País. Eles apenas vomitam ódio, fundamentalismo, discriminação contra os pobres, os nordestinos, os negros, os indígenas, os homossexuais, contra os socialistas e comunistas, bem ao estilo nazifascista;
– nós conclamamos para a unidade, para a comunhão tolerante entre os diferentes; nosso discurso é crítico permanentemente ao neoliberalismo, inclusive no que tange a itens ruins e perigosos do governo Dilma e, sobretudo, é de defesa da independência e soberania nacionais, da democracia e das reformas que o País precisa para avançar na qualidade de vida e justiça social, incluindo os trabalhadores e pobres, que a direita odeia e os quer destruídos;
– a direita abomina política embora faça diariamente a pior das políticas: a do fundamentalismo, a da discriminação dos pobres, a da exclusão, a da destruição dos diferentes, bem ao gosto nazista;
– nós lutamos politicamente pela dignidade, pelo respeito e pela inclusão de todas as pessoas. Nossa luta desaliena e alegra;
– a direita só aparece para promover o golpe e destruir o povo a favor da concentração de renda, de riquezas através da corrupção, filosofia natural do capitalismo;
– nós lutamos sempre e diariamente com o sonho de uma sociedade justa, cuja chama sempre  arde em nossos corações e consciências;
– os cristãos deles são alienados e vivem vagabundamente pedindo que Deus trabalhe por eles;
– os nossos cristãos rezam e oram na luta, sempre engajados na história abraçada pelos militantes. Não esperamos nem queremos milagres caídos do céu. Despojados, somos capazes de abraçar todas as etapas da luta e não fugimos se for preciso entregar nosso sangue. Seguimos aquele que não fugiu de ser crucificado com sediciosos contra o império romano. Não seguimos um covarde e um fantasma;
– a direita recebeu milhões de reais do imperialismo, da FIESP, dos bancos e do comércio para botar seu pelotão máximo nas ruas no dia 13, num domingo quando os cheirosos passeavam pelas ruas;
– nós mobilizamos num dia de trabalho e de aulas, com dificuldades financeiras, mesmo assim quem participou o fez por convicção e por clareza da realidade.

Essas e outras são as diferenças que os traidores da mídia não conhecem. Nós as conhecemos muito bem!

As diferenças com nossas marcas são favoráveis ao Brasil e ao povo!

• Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
• Dom Orvandil, OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém.